Acidente com botijão de gás causa explosão e deixa casal ferido no Grande Recife

O vazamento de gás em uma residência causou uma explosão e provocou ferimentos em um casal, nesta quinta-feira (19), em Cajueiro Seco, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. Mayke Roberto da Silva, de 20 anos, e a mulher dele, Andréa Gonçalves da Silva, de 45 anos, deram entrada no Hospital da Restauração (HR), no Derby, na área central da capital, com graves queimaduras.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, a explosão aconteceu às 3h30, na casa localizada na Rua Pequena. Duas viaturas da corporação e uma equipe do serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram enviadas ao local do acidente. O casal chegou ao hospital por volta das 5h.

Segundo a unidade de saúde, Andréa teve 90% do corpo queimado e está em estado gravíssimo, enquanto Mayke tem 50% do corpo queimado e tem quadro clínico considerado grave. Os dois estão internados na Unidade de Tratamento de Queimados.

“Chamei meu esposo para ver o que era na hora, só vi a mulher saindo correndo toda queimada. Foi um desespero muito grande”, relembra a dona de casa Adriana dos Santos. “Na hora deu aquela explosão, a minha porta se abriu e foi aquela poeira caindo em cima da minha criança”, conta o morador Roberto Oliveira.

Os bombeiros informaram que a explosão provocou também um incêndio na residência, que ficou bastante danificada. O fogo, segundo a corporação, foi controlado às 4h40, mas os militares permaneceram na moradia para fazer o rescaldo.

O Corpo de Bombeiros trabalha com a hipótese de a explosão ter sido provocada por um vazamento de gás de cozinha. O fato de a casa estar fechada pode ter contribuído para o acidente.

Prejuízos

A Defesa Civil de Jaboatão foi acionada ao local e recomendou a demolição do prédio, devido ao risco de desabamento. A edificação foi interditada pelo Corpo de Bombeiros e deixou moradores apreensivos.

“Não tenho para onde ir, não tenho dinheiro para pagar aluguel. Todas as minhas coisas estão lá e não estão deixando ninguém entrar”, afirma a dona de casa Adriana dos Santos.

Em nota, a prefeitura informou que 12 pessoas ficaram desabrigadas devido à explosão e foram acomodadas emergencialmente na sede da Regional 5 de Jaboatão, onde recebem apoio psicológico, alimentação, material de higiene pessoal, colchões e cobertores. A Secretaria Municipal de Assistência Social define um novo local para que os desabrigados tenham melhores acomodações.

Na tarde da sexta (20), a Prefeitura de Jaboatão informou que vai arcar com os custos da demolição do prédio, já que o proprietário do imóvel alegou não ter condições financeiras de pagar o procedimento. A data da demolição, no entanto, não foi definida pela gestão municipal.

Fonte: https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/explosao-de-botijao-de-gas-deixa-casal-ferido-no-grande-recife.ghtml

BOTIJÃO DE GÁS: leis proíbem o uso em edificações com instalação interna de gás canalizado

Uma explosão após um vazamento de gás em um apartamento de Timbó, no norte de Santa Catarina, reacende uma questão importante: é permitida a entrada de gás em botijões ou cilindros nas edificações que possuem instalação interna de gás canalizado?

As leis variam de município para município, mas, no geral, a legislação diz que ter botijões de gás nos apartamentos com gás canalizado é proibido por questões de segurança. No caso de prédios com mais de cinco apartamentos com instalações externas para gás, o botijão ou o cilindro devem permanecer no pavimento térreo e do lado de fora da edificação.

Gás canalizado

O gás natural canalizado é uma fonte de energia limpa, segura, eficiente e de distribuição contínua que representa uma comodidade aos moradores de condomínios, já que elimina a necessidade de compra e armazenamento de botijões de gás.

A instalação de gás canalizado deve seguir padrões estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e requer manutenção.

O condomínio tem a responsabilidade de permitir e cobrar a manutenção necessária da empresa responsável na central de GLP. Uma das manutenções, que deve ser realizada por uma empresa qualificada, é o teste de estanqueidade, que verifica a vedação pneumática das instalações.

O condomínio também tem o dever de:

  • Zelar pela preservação das instalações.
  • Acionar a assistência técnica da empresa fornecedora do GLP sempre que entender que existe algum problema no fornecimento/abastecimento, seja na estrutura externa ou nas unidades dos moradores.
  • Ter e manter uma brigada de incêndio em condições de uso, sempre respeitando as determinações legais.

A manutenção dentro do apartamento é de responsabilidade do morador, sendo fundamental:

  • Ter ventilação permanente no local onde o gás canalizado é utilizado (banheiro, cozinha), pois em caso de vazamento é importante que o gás se dissipe rapidamente para evitar acidentes graves.
  • Instalar aquecedores de marcas aprovadas e que estejam de acordo com as normas e legislações vigentes, respeitando a capacidade do equipamento versus utilização/volume de gás.
  • Realizar manutenção preventiva com especialista da área nos equipamentos que utilizam o GLP (aquecedor, chuveiros, fogão, torneiras de água quente).
  • Acionar a empresa fornecedora sempre que perceber um vazamento ou alguma divergência na medição do consumo.
  • Fixar a mangueira sempre com braçadeiras para melhor segurança. O ideal é que a mangueira seja de cobre ou certificada pelo INMETRO com a gravação NBR 8613 e prazo de validade.
  • Estar atento ao regulador de pressão, que também deve respeitar a norma NBR 8473 e possuir certificado do INMETRO. A validade do equipamento é de cinco anos, conforme ABNT NBR 8473.
  • Manter fechado o registro geral de segurança quando não estiver usando o aquecedor e habituar-se a verificá-lo, rotineiramente, antes de dormir ou ao sair de casa.
  • Não usar a temperatura máxima do aquecedor desnecessariamente. Para ajustar a temperatura ideal do banho, use o botão de controle de temperatura do aquecedor (quantidade de gás). Colocar o controle na temperatura máxima e misturar água fria desperdiça água e gás.
  • Manter os aparelhos limpos e regulados. A presença de sujeira e resíduos pode contribuir para uma queima incompleta do gás. Recomenda-se uma revisão periódica (anual) dos aparelhos por técnicos ou empresas especializadas.

Benefícios do gás canalizado

  • Com o gás natural canalizado o fornecimento é contínuo e ilimitado, sem riscos de interrupção inesperada. Dispensa solicitações de reabastecimento.
  • Com um aquecedor a gás, a água do chuveiro pode ser controlada na temperatura desejada.
  • O pagamento acontece somente após o consumo, por meio de uma conta individual.
  • Os locais adaptados para o gás natural são vistoriados seguindo as normas de segurança brasileiras para uso de gás canalizado.
  • É impossível o gás natural sofrer adulterações.
  • Aumento da durabilidade de fogões e fornos, uma vez que o gás canalizado emite menos gases ácidos e compostos de enxofre.

O que fazer em caso de vazamento de gás?

  • Vazamento de gás sem fogo

– Feche o registro de gás.

– Afaste as pessoas do local.

– Não acione interruptores de eletricidade.

– Desligue a chave geral de eletricidade somente se ela estiver fora da residência.

– Não fume nem acenda fósforos ou isqueiros.

– Se ocorrer em ambiente fechado, abra portas e janelas.

– Entre em contato com a empresa distribuidora de gás e, em casos mais graves, com o Corpo de Bombeiros.

  • Vazamento de gás com fogo

– Se possível, feche o registro de gás.

– Afaste as pessoas do local.

– Desligue a chave geral da eletricidade.

– Retire do local os materiais combustíveis que puder.

– Chame o Corpo de Bombeiros.

Usa botijão de gás em locais permitidos?

Fique atento a esses cuidados para evitar vazamentos, explosões e incêndios:

  1. A marca da distribuidora, a certificação do INMETRO e o prazo de validade devem estar especificados no corpo do botijão de gás, no regulador de pressão e na mangueira.
  2. Recuse botijões sem o lacre da distribuidora na válvula, muito amassados, enferrujados e com as alças soltas.
  3. Não faça extensões na mangueira de gás, juntando várias delas.
  4. O botijão deve permanecer sempre na posição vertical, nunca deitado.
  5. Não armazene o botijão de gás em lugares fechados (como em armários de cozinha), preferindo colocá-lo do lado de fora – em local arejado, coberto e protegido das intempéries.
  6. Jamais passe a mangueira por trás do fogão. Se for necessário alterar a posição de entrada de gás, chame profissionais credenciados pelo fabricante do fogão.
  7. Armazene o botijão a uma distância mínima de 1,50m de tomadas, interruptores, instalações elétricas, ralos ou grelhas de escoamento de água.
  8. Feche o registro de gás sempre que não estiver usando o fogão.
  9. Em caso de suspeita de vazamento de gás feche o registro de gás, não acione interruptores de eletricidade, alerte e afaste as pessoas do local, abra portas e janelas, não acenda fósforos ou isqueiros e retire o botijão para um local aberto, ventilado e longe de fonte de ignição.
  10. Com fogo, retire as pessoas do local e ligue imediatamente para o Corpo de Bombeiros pelo 193. Se possível, utilize extintor de incêndio de pó químico seco para apagar as chamas.

Dica importante!

Após a instalação do botijão de gás, passe espuma de sabão ao redor da conexão da válvula de saída de gás/regulador de pressão. Caso surjam bolhas, repita a operação de instalação. Se o vazamento persistir, desconecte o regulador de pressão de gás e verifique se existe vazamento na válvula. Se ainda assim o vazamento continuar, leve o botijão para um local ventilado, deixe o regulador desconectado e chame a assistência técnica.

Nunca use fósforo, isqueiro ou vela para verificar se há vazamento de gás, pois isso pode causar um incêndio!

Fonte: http://www.proma.com.br/blog/botijao-de-gas-leis-proibem-o-uso-em-edificacoes-com-instalacao-interna-de-gas-canalizado/

Sistemas de instalação predial de gás: dicas de projeto e especificação

Escolha correta de materiais, atendimento às normas e realização do ensaio de estanqueidade dos equipamentos e tubulações são boas práticas que garantem a segurança das edificações

Para que o sistema de instalação de gás de um prédio apresente bom funcionamento, segurança e menor custo de execução, é fundamental contar com um projeto. “Só assim é possível determinar os diâmetros das tubulações e os equipamentos necessários na rede de gás, de maneira a garantir o perfeito funcionamento dos aparelhos”, destaca o engenheiro Ederson Ismael Baiardi Fanti, titular da EFPE Projetos e Engenharia e da EFCT – Cursos e Treinamentos.

Uma obra sem projeto poderá apresentar falhas de execução, como a perda de carga, que leva à cocção mais lenta e, consequentemente, ao maior consumo de gás. “Em um mesmo imóvel pode ocorrer diferença de queima entre diversos equipamentos, danificando ou até mesmo impedindo seu funcionamento”, alerta. O projeto também garante a segurança do ambiente onde estarão instalados os aparelhos que utilizam gás, com a previsão, em alguns casos, de sistemas de ventilação. Ambientes sem ventilação podem causar morte por asfixia ou explosão causada por vazamento de gás.

Entre os erros mais comuns na instalação predial de gás estão as falhas na execução de solda; falta de instalação de válvulas de bloqueio por setores, para manutenção; transição de materiais sem caixa de inspeção; falta de aterramento de prumadas metálicas; inexistência de ventilação de abrigos de reguladores e medidores; e instalação de tubulação GLP no teto de subsolos sem ventilação.

ESPECIFICAÇÃO

A especificação para a execução é determinada pelo projeto, que se inicia pela identificação do tipo de gás que será utilizado. A consulta às concessionárias vai dizer se há disponibilidade de gás natural (GN) para o edifício ou se será utilizado gás liquefeito de petróleo (GLP). “O próximo passo envolve a análise do projeto de arquitetura e informações do empreendedor/cliente sobre o rol de aparelhos previstos. Mapeados os equipamentos, é identificada a potência total demandada”, explica Fanti.

Norteado pelas normas técnicas, o projeto determina a pressão de fornecimento e a de utilização dentro do empreendimento, o que permitirá dimensionar as instalações e tubulações. Nessa etapa, são estabelecidos o ponto de conexão com a rede externa ou local para instalação da central de gás; o local para reguladores de pressão e medidores de vazão; e se o sistema de medição será coletivo ou individualizado.

“No caso da medição individualizada, hoje comum por conta de exigências de bancos financiadores e de algumas legislações federais e municipais, é preciso definir se ficará no pavimento térreo ou nos halls dos pavimentos tipo”, lembra, reforçando que todo sistema de gás deve ser instalado em espaço ventilado ou ser prevista ventilação artificial.

 

MATERIAIS

Segundo Fanti, os itens básicos utilizados nas instalações prediais de gás são tubulações, reguladores de pressão, medidores de vazão, válvulas e conexões. Para a tubulação, os materiais mais empregados são cobre rígido e flexível; aço com ou sem costura, pretos ou galvanizados; polietileno; tubulação de aço revestida em polietileno; e tubulações multicamadas.

“Cada material tem vantagens e desvantagens. Por questão de custo e facilidade na execução, os materiais mais utilizados são polietileno, para tubulações enterradas; multicamadas em ramais internos longe de exposição a intempéries; e cobre em prumadas de grande diâmetro e em áreas externas expostas ao tempo”, afirma.

O polietileno tem a vantagem de ser fornecido em rolo com 50 m, o que reduz a necessidade de conexões e soldas, e permite a execução de grandes trechos em menos tempo. Se comparado com cobre e aço, dispensa proteção contra corrosão, mas só pode ser instalado enterrado e fora da projeção das construções.

A tubulação multicamadas apresenta a vantagem de ser flexível e vendida em rolos, evitando o uso de curvas, joelhos e união de barras – as poucas conexões necessárias são executadas por compressão, sem solda. “Este material está sendo empregado em larga escala, pois, devido à facilidade de instalação, diminui custos com mão de obra, chegando a uma redução de 30% no custo global da instalação”, conta o projetista.

O cobre é utilizado por suas características de resistência mecânica e em locais que exigem diâmetros maiores que 2” – limite das tubulações multicamadas – e em locais atingidos por raios UV.

 

NORMAS TÉCNICAS

Existem diversas normas que envolvem as instalações prediais de gás, mas as principais são a ABNT NBR 15526/13 – Rede de distribuição interna para gases combustíveis em instalações residenciais e comerciais; ABNT NBR 13523/08 – Central de GLP; ABNT NBR 15923/11 – Inspeção de rede de distribuição interna de gases combustíveis; e ABNT NBR 13103/13 – Instalação de aparelhos a gás para uso residencial.

As concessionárias procuram manter as exigências das normas técnicas, porém estabelecem parâmetros e detalhamentos específicos para abrigos de reguladores e medidores. “Fornecem material técnico detalhando os critérios normativos, uma vez que as normas nem sempre demonstram como executar. Há informações que colaboram para o melhor detalhamento dos projetos, como dimensões e detalhes de abrigos, formas de fixação de tubulações e sistemas para adequação dos ambientes”, relata Fanti.

SEGURANÇA

Além de um projeto bem elaborado, que seja executado em conformidade com as normas técnicas e a especificação dos fabricantes, a segurança da instalação depende, ainda, do procedimento obrigatório do ensaio de estanqueidade dos equipamentos e tubulações. “Toda obra deve passar por duas etapas de ensaio de estanqueidade: uma referente às tubulações, com 1,5 vezes a pressão de trabalho máxima admitida e não menor que 20kpa; e a segunda etapa, antes de realizar a ligação do gás, com todos os equipamentos instalados e sob pressão de operação da rede”, ensina.

A segurança durante o uso está diretamente relacionada à manutenção preventiva e à troca de equipamentos que possuam validade, como medidores, reguladores e mangueiras. A NBR 15526 não estabelece um prazo para realização de manutenção nas instalações prediais de gás, mas recomenda o reparo e a manutenção preventiva sempre que houver necessidade. Todas as edificações residenciais coletivas, comerciais e industriais necessitam do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), o que envolve laudo de estanqueidade. “O Auto deve ser renovado periodicamente, procedimento que exige nova inspeção por profissional habilitado”, finaliza Fanti.

 

Fonte: https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/sistemas-de-instalacao-predial-de-gas-dicas-de-projeto-e-especificacao_14111_10_0